Há (e sempre houve) um problema. Um problema que a cada instante vem se tornando cada vez maior na medida em que a ignorância disfarçada de inteligência vem buscando soluções paliativas que nada resolvem realmente.
Talvez este problema seja o pecado original que é cometido em cada momento de nossa vida, dominada pelo conhecimento condicionado por um sentimento conflituoso que nos faz temer e esperar algo melhor ou pior do que é o agora. E, assim, consumimos nossa preciosa vida em intermináveis repetições desta busca/fuga numa prisão cíclica imposta somente por nós mesmos.
Em outras palavras, podemos dizer que a raiz de nossos problemas é nossa falta de apreciação.
Por exemplo, você consegue parar e apreciar o agora? Sim, agora, do jeito que as coisas estão, sem mudar nada. Não importa o que esteja acontecendo ou o que possa acontecer ou aconteceu. Consegue?
Se não consegue este é o problema, ou melhor, a causa de todos os seus problemas, inclusive do aquecimento global.
Quando digo apreciação, não é no sentido de análise ou julgamento. Aliás isso nós temos até demais. A apreciação que nos falta é o puro olhar, aberto e receptivo que nos faz valorizar o que quer que esteja acontecendo.
Para termos tal apreciação é preciso parar com o nosso vício em selecionar as coisas em desejáveis e não desejáveis e descobrir o que é bom em cada momento. Mas isso só é possível se deixarmos as nossas idéias concebidas do que é bom ou ruim. E para a maioria de nós isso é loucura.
Quando falei do pecado original no início do texto eu me referia a como estamos comendo a fruta da árvore do conhecimento e julgando o bem e o mal a cada instante. É desta forma que a todo momento nos afastamos da capacidade de percebermos a perfeição e pureza do agora. Esta forma de percepção equivocada se tornou um vício a tal ponto de não vermos outra forma de viver.
Mas creio que podemos e devemos recuperar a lucidez perdida. Este tem sido o papel da espiritualidade humana ao longo dos tempos. E o que se vê hoje é que a necessidade de se recuperar esta lucidez não é mais um luxo religioso. Hoje se tornou, ao meu ver, o fator principal da sobrevivência da humanidade.
Hoje as consequências da percepção distorcida da realidade ganhou um poder tão grande que já ameaça a existência da vida no planeta. Nossa doentia busca por satisfação está nos matando.
Mas o que seria esta lucidez? O que é a mesma coisa que perguntar: Como encontar a paz?
Acredito que a resposta está no exercício da apreciação. E poderíamos traçar um roteiro deste exercício numa sequência em que nos dispuséssemos a olhar, contemplar e amar.
Primeiramente, olhar. Antes de rejeitar ou desejar, olhe. Dê espaço. Isso diz respeito a não cair na armadilha da reação, do condicionamento e do preconceito. Olhe aberto. Este primeiro passo é importantíssimo e requer uma boa dose de destemor e de ousadia. Sem isso não tem como irmos em frente. Isto porque estamos o tempo todo nos relacionando com as coisas partindo de uma insegurança que trazemos conosco desde o momento em que nos percebemos como "eu". E para ver de outra forma é preciso desafiar este olhar inseguro e descobrir o que é contemplar.
Avançando neste desafio, podemos contemplar, permitir que o outro se manifeste e permitir que nos comuniquemos com o que está se manifestando. Através desta comunicação destemida podemos ver as qualidades que se apresentam no momento, sem julgamento. Desta forma, podemos apreciar a energia que está presente. A energia é isenta de bem ou mal, de gosto e não gosto, de quero e não quero. É pura.
Ao nos familiarizarmos cada vez mais com esta nova forma de comunicação ganhamos confiança, o que nos permite relaxar diante das situações e vê-las com clareza e precisão. Nisso tudo há uma inteligência tremenda se desenvolvendo e é dela que é possível verdadeiramente apreciar o momento. E é desta apreciação que é possível amar.
Este amor é a raiz de nossa felicidade, pois não é uma amor que deseja ou rejeita, é apenas o amor que reconhece a perfeição do momento. Podemos dizer que esta felicidade é sinônimo de liberdade. Liberdade para estarmos onde estivermos sem a necessidade de mudar, acrescentar ou retirar algo. Ou seja, apreciar o agora. E nessa situação não há problemas.
Não sei se vocês concordam comigo, mas creio que esta apreciação é a real solução para o aquecimento global. Porque se aprendermos a apreciar o que temos em cada momento, mais satisfeitos estaremos com nossas vidas. E se estamos satisfeitos não temos tanta cobiça por coisas ou experiências. Nossa vida se torna muito mais simples. Não precisamos consumir tantas coisas e desejar sempre coisas novas ou fazer tantas coisas para sentirmos um pouco de felicidade passageira. Desta forma, usaremos menos recursos naturais, não levando a exaustão o equilíbrio ecológico do planeta.
Ao meu ver, não adianta muito promover reciclagem, novos materiais ou combustíveis para satisfazer nossas mentes equivocadas e movimentar este pernicioso sistema de vida que a sociedade moderna vem desenvolvendo. Pois, se não aprendermos a olhar, contemplar e amar o nosso momento presente, estaremos ainda condenados a prisão perpétua da eterna insatisfação que exige sempre mais alguma coisa para, ilusoriamente, nos sentirmos bem. Este é o verdadeiro problema: nossas mentes. Nossas mentes em conflito, em insatisfação, sempre com novas idéias sobre coisas que são importantes, mas que no final se tornam tediosas e sem atrativos. O problema não está no sistema vigente, no consumismo, nos governos, pois nada disso existiria se nossas mentes não perpetuassem o círculo viciosos de nossa visão equivocada.
E a grande notícia é que o mundo não precisa mudar para você mudar esta visão equivocada. A liberdade disso tudo só depende de você. Do seu destemor e ousadia em achar um caminho para aprender a olhar, contemplar e amar.
Então, finalmente, não importa o que esteja acontecendo, você poderá apreciar a vida e saber que sempre tudo esteve bem.
Talvez este problema seja o pecado original que é cometido em cada momento de nossa vida, dominada pelo conhecimento condicionado por um sentimento conflituoso que nos faz temer e esperar algo melhor ou pior do que é o agora. E, assim, consumimos nossa preciosa vida em intermináveis repetições desta busca/fuga numa prisão cíclica imposta somente por nós mesmos.
Em outras palavras, podemos dizer que a raiz de nossos problemas é nossa falta de apreciação.
Por exemplo, você consegue parar e apreciar o agora? Sim, agora, do jeito que as coisas estão, sem mudar nada. Não importa o que esteja acontecendo ou o que possa acontecer ou aconteceu. Consegue?
Se não consegue este é o problema, ou melhor, a causa de todos os seus problemas, inclusive do aquecimento global.
Quando digo apreciação, não é no sentido de análise ou julgamento. Aliás isso nós temos até demais. A apreciação que nos falta é o puro olhar, aberto e receptivo que nos faz valorizar o que quer que esteja acontecendo.
Para termos tal apreciação é preciso parar com o nosso vício em selecionar as coisas em desejáveis e não desejáveis e descobrir o que é bom em cada momento. Mas isso só é possível se deixarmos as nossas idéias concebidas do que é bom ou ruim. E para a maioria de nós isso é loucura.
Quando falei do pecado original no início do texto eu me referia a como estamos comendo a fruta da árvore do conhecimento e julgando o bem e o mal a cada instante. É desta forma que a todo momento nos afastamos da capacidade de percebermos a perfeição e pureza do agora. Esta forma de percepção equivocada se tornou um vício a tal ponto de não vermos outra forma de viver.
Mas creio que podemos e devemos recuperar a lucidez perdida. Este tem sido o papel da espiritualidade humana ao longo dos tempos. E o que se vê hoje é que a necessidade de se recuperar esta lucidez não é mais um luxo religioso. Hoje se tornou, ao meu ver, o fator principal da sobrevivência da humanidade.
Hoje as consequências da percepção distorcida da realidade ganhou um poder tão grande que já ameaça a existência da vida no planeta. Nossa doentia busca por satisfação está nos matando.
Mas o que seria esta lucidez? O que é a mesma coisa que perguntar: Como encontar a paz?
Acredito que a resposta está no exercício da apreciação. E poderíamos traçar um roteiro deste exercício numa sequência em que nos dispuséssemos a olhar, contemplar e amar.
Primeiramente, olhar. Antes de rejeitar ou desejar, olhe. Dê espaço. Isso diz respeito a não cair na armadilha da reação, do condicionamento e do preconceito. Olhe aberto. Este primeiro passo é importantíssimo e requer uma boa dose de destemor e de ousadia. Sem isso não tem como irmos em frente. Isto porque estamos o tempo todo nos relacionando com as coisas partindo de uma insegurança que trazemos conosco desde o momento em que nos percebemos como "eu". E para ver de outra forma é preciso desafiar este olhar inseguro e descobrir o que é contemplar.
Avançando neste desafio, podemos contemplar, permitir que o outro se manifeste e permitir que nos comuniquemos com o que está se manifestando. Através desta comunicação destemida podemos ver as qualidades que se apresentam no momento, sem julgamento. Desta forma, podemos apreciar a energia que está presente. A energia é isenta de bem ou mal, de gosto e não gosto, de quero e não quero. É pura.
Ao nos familiarizarmos cada vez mais com esta nova forma de comunicação ganhamos confiança, o que nos permite relaxar diante das situações e vê-las com clareza e precisão. Nisso tudo há uma inteligência tremenda se desenvolvendo e é dela que é possível verdadeiramente apreciar o momento. E é desta apreciação que é possível amar.
Este amor é a raiz de nossa felicidade, pois não é uma amor que deseja ou rejeita, é apenas o amor que reconhece a perfeição do momento. Podemos dizer que esta felicidade é sinônimo de liberdade. Liberdade para estarmos onde estivermos sem a necessidade de mudar, acrescentar ou retirar algo. Ou seja, apreciar o agora. E nessa situação não há problemas.
Não sei se vocês concordam comigo, mas creio que esta apreciação é a real solução para o aquecimento global. Porque se aprendermos a apreciar o que temos em cada momento, mais satisfeitos estaremos com nossas vidas. E se estamos satisfeitos não temos tanta cobiça por coisas ou experiências. Nossa vida se torna muito mais simples. Não precisamos consumir tantas coisas e desejar sempre coisas novas ou fazer tantas coisas para sentirmos um pouco de felicidade passageira. Desta forma, usaremos menos recursos naturais, não levando a exaustão o equilíbrio ecológico do planeta.
Ao meu ver, não adianta muito promover reciclagem, novos materiais ou combustíveis para satisfazer nossas mentes equivocadas e movimentar este pernicioso sistema de vida que a sociedade moderna vem desenvolvendo. Pois, se não aprendermos a olhar, contemplar e amar o nosso momento presente, estaremos ainda condenados a prisão perpétua da eterna insatisfação que exige sempre mais alguma coisa para, ilusoriamente, nos sentirmos bem. Este é o verdadeiro problema: nossas mentes. Nossas mentes em conflito, em insatisfação, sempre com novas idéias sobre coisas que são importantes, mas que no final se tornam tediosas e sem atrativos. O problema não está no sistema vigente, no consumismo, nos governos, pois nada disso existiria se nossas mentes não perpetuassem o círculo viciosos de nossa visão equivocada.
E a grande notícia é que o mundo não precisa mudar para você mudar esta visão equivocada. A liberdade disso tudo só depende de você. Do seu destemor e ousadia em achar um caminho para aprender a olhar, contemplar e amar.
Então, finalmente, não importa o que esteja acontecendo, você poderá apreciar a vida e saber que sempre tudo esteve bem.
ALEXANDRE SAIORO ministra para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse - baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e em métodos de meditação e contemplação da tradição budista.
Para saber mais sobre o Programa vá até blog http://aartedoestresse.blogspot.com
E-mail: alexsaioro@hotmail.com